Não só carpinteiro...





É um vazio.

Estou vazio.
Sozinho comigo mesmo.

Meus olhos se forçam a fechar.

Sinto um certo cuidado me tocando.
Como se pega uma pena.
Dedos doces e gentios.
Me tocam com delicadeza.

Me sinto esmorecer!

Parece que sabem o que fazer.
Como me fazer perceber.

Me sinto abraçado, cuidado.

Ai, ai...Pare! Pare!
Esta doendo muito!
Não toque ai, logo ai que doe há muito anos.
Vou cair, estou caindo...
Como assim?Onde estão? Elas sumiram!
Sim! As rachaduras sumiram junto com meu choro.

Sinto-me erguer, consigo ver seus pulsos.

Eles têm cicatrizes, alguém o judiou?
Como? Olhar para onde?
Nao! Não consigo entender...Tenho uma forma diferente!
Uma forma perfeita e linda.
A forma que cabe exatamente dentro dessas mãos marcadas de amor!
Lindas mãos...cobertas de barro.


Natana Ramos


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